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JANELA TEMPORAL
Paulo Henrique Durão
25 de Outubro a 29 de Novembro 2013

A palavra Kairos é utilizada desde a Grécia antiga para definir um momento temporal que se considera oportuno, ou JANELA TEMPORAL. A definição de Kairos remete para os aspectos de natureza qualitativa do tempo, relacionados com a percepção humana do discorrer do tempo. Numa outra perspectiva, JANELA TEMPORAL é uma expressão que está fortemente imbuída de espírito arquitectónico. Expressão que corresponde à concentração num determinado elemento, de um conjunto de possibilidades ou experiências. Que concentra, acumula e sobrepõe, num mesmo elemento, determinada relação específica, concreta e circunscrita, com o mundo.

É a partir desta dupla possibilidade do conceito de JANELA TEMPORAL, que nos apropriamos do pavilhão KAIROS, procurando que a experiência obtida, na vivência do pavilhão origine uma duplicação ou desdobramento do tempo e do espaço, que o mesmo define. Através da colocação de uma superfície reflectora no pátio do pavilhão de geometria trapezoidal, quebramos a ortogonalidade ali presente, distorcemos a sua identidade. Origem de percepções distintas da envolvente e do próprio pavilhão, concentrando num mesmo ponto, ou numa JANELA TEMPORAL, elementos que de outro modo nunca poderiam ser observados em simultâneo.

Apelamos ao sentido poético da arquitectura, que nos permite ver para além do que fisicamente nos é apresentado. Apelamos à capacidade do espaço construído, evocando múltiplos espaços e tempos. Construímos uma JANELA TEMPORAL, onde se pretende que a experiência do corpo, no espaço e tempo, permita sobrepor simultaneamente diferentes elementos na superfície reflectora. JANELA TEMPORAL que possibilite simultaneamente, a sobreposição de diferentes elementos de expressão de tempo no imaginário.

Paulo H. Durão

[ING]

The word Kairos has been used, since ancient Greece, to define a convenient moment in time, or a TEMPORAL WINDOW. The definition of Kairos refers us the qualitative features of time that are related to the human perception of its passing. In another perspective, TEMPORAL WINDOW is an expression that is strongly embedded with architectural spirit. An expression that illustrates the concentration, in a given element, of a set of possibilities or experiments. It concentrates, accumulates and overlaps the specific, concrete and circumscribed relation with the world, all in the same element.

It is from this dual possibility that the concept of TEMPORAL WINDOW that we appropriate ourselves of Kairos' pavilion, trying to make sure that the resulting way in which we experience it, will provide a duplication or unfolding of time and space, that the pavilion will define. By placing a reflecting surface in the pavilion's yard, of trapezoidal geometry, we shatter the existing perpendicularity, distorting its identity. It will originate different perceptions of the environment and of the pavilion itself, concentrating in a single point, or in a TEMPORAL WINDOW, elements that could not be simultaneously observed in any other way.

Thus, we call on the poetic spirit of architecture that allows us to see beyond what is physically there. We call on the capacity of the space, channelling multiple spaces and times. We have built a TEMPORAL WINDOW where we aim that the body's experience of space and time allows us to overlap, simultaneously, different elements on the reflecting surface. A TEMPORAL WINDOW that allows us to simultaneously overlap different time expressing elements in the imaginary.

Paulo H. Durão